segunda-feira, 21 de junho de 2010

AFRODITE

Afrodite (em grego, Αφροδίτη) era a deusa grega da beleza e do amor. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos.

Teogonia

De acordo com o mito teogônico mais aceito, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos, que atirou seus testículos ao mar, então o semêm de Urano caiu sobre o mar e formou ondas chamadas de (aphros), e desse fenomeno nasceu AphroditêDe ("espuma do mar"), ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Por isso um dos seus epítetos é Kypris. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos. Em outra versão (como diz Homero), Dione é mãe de Afrodite com Zeus, sendo Dione, filha de Urano e Tálassa.

Afrodite Uraniana e Afrodite Pandemos

No final do século V a.C., os filósofos passaram a considerar Afrodite como duas deusas distintas, não individualizando seu culto: Afrodite Uraniana, nascida da espuma do mar após Cronos castrar seu pai Urano, e Afrodite Pandemos, a Afrodite comum "de todos os povos", nascida de Zeus e Dione. Entre os neo-platónicos e, eventualmente, seus intérpretes cristãos, a Afrodite Uraniana é vista como uma Afrodite celeste, representando o amor de corpo e alma, enquanto a Afrodite Pandemos está associada com o amor puramente físico. A representação da Afrodite Uraniana, com um pé descansando sobre uma tartaruga, mais tarde foi tida como a descrição emblemática do amor conjugal, a imagem é creditada a Fídias, em uma escultura criselefantina feita para Elis, numa única citação de Pausânias.

Assim, de acordo com a personagem Pausânias no Banquete de Platão, Afrodite é duas deusas, uma mais velha a outra mais jovem. A mais velha, Uraniana, é a "celeste" filha de Urano, e inspira o amor/Eros homossexual masculino (e, mais especificamente, os efebos), a jovem é chamada Pandemos, é a filha de Zeus e Dione, e dela emana todo o amor às mulheres. Pandemos é a Afrodite comum. O discurso de Pausânias distingue duas manifestações de Afrodite, representadas pelas duas histórias: Afrodite Uraniana (Afrodite "celestial"), e Afrodite Pandemos (Afrodite "Comum").

ARES


Na mitologia grega, Ares (em grego: Ἄρης, transl. Árēs) era filho do famoso Zeus (o soberano dos deuses) e Hera(e em versões menos aceitas, Enio é sua mãe). Embora muitas vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada.

Os romanos identificaram-no como Marte, o deus romano da guerra e da agricultura (que eles tinham herdado dos etruscos).

Entre os helenos sempre houve desconfiança de Ares. Embora também a meia irmã de Ares, Atena, fosse uma deidade da guerra, a posição de Atena era de guerra estratégica, enquanto Ares tendia a ser a violência imprevisível da guerra. O seu lugar de nascimento e sua casa verdadeira foram colocados muito longe, entre os bárbaros e trácios belicosos (Ilíada 13.301; Ovídio, Ars Amatoria, II.10;), de onde ele se retirou depois que o seu caso com Afrodite foi revelado.

"Ares" permaneceu um adjetivo e epíteto em tempos clássicos: Zeus Areios, Atena Areia, até Afrodite Areia. Em tempos micênicos, as inscrições mencionavam Eniálios, um nome que sobreviveu em tempos clássicos como um epíteto de Ares. Abutres e cães, animais que se alimentam dos cadáveres nos campos de batalha, são sagrados para ele.


Símbolos de Ares


Ares.

Ares tinha uma quadriga desenhada com rédeas de ouro para quatro (Ilíada v.352) garanhões imortais que respiravam fogo. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o pica-pau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. De acordo com Argonáuticas (ii.382ff e 1031 e seg; Higno, Fabula 30) os pássaros de Ares (Ornithes Areioi) eram um bando de pássaros que lançavam penas em forma de dardos que guardaram o templo das Amazonas do deus em uma ilha costeira no Mar Negro. Em Esparta, em uma noite ctônica de sacrifício de um cão a Enyalios ficou assimilado ao culto de Ares. O sacrifício poderia ser feito a Ares na véspera de uma batalha para pedir sua ajuda.

POSEIDON


Na mitologia grega, Posídon (em grego antigo Ποσειδῶν, transl. Poseidōn), também conhecido como Poseidon ou Possêidon, assumiu o estatuto de deus supremo do mar, conhecido pelos romanos como Netuno e pelos etruscos por Nethuns. Também era conhecido como o deus dos terremotos e dos cavalos. Os símbolos associados a Posídon com mais frequência eram o tridente e o golfinho.

A origem de Posídon é cretense, como atesta seu papel no mito do Minotauro. Na civilização minóica era o deus supremo, senhor do raio, atributo de Zeus no panteão grego, daí o acordo da divisão de poderes entre eles, cabendo o mar ao antigo rei dos deuses minóicos.

Mito

Como primeiro filho de Cronos e Réia era um dos principais deuses do Olimpo e, de acordo com certas tradições, é irmão mais velho de Zeus e Hades. Primordialmente Zeus terá obrigado seu pai Cronos a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este sistematicamente engolia, e entre os salvos está Poseidon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo.

Poseidon fora criado entre os Telquines, os demónios de Rodes. Quando atinge a maturidade, ter-se-á apaixonado por Hália, uma das irmãs dos Telquines, e desse romance nascem seis filhos e uma filha, de nome Rodo, daí o nome da ilha de Rodes.

Em uma famosa disputa entre Poseidon e Atena para decidir qual dos dois seria o padroeiro de Atenas, ele atirou uma lança ao chão para criar a fonte da Acrópole. Entretanto, Atena conseguiu superá-lo criando a oliveira.

Na Ilíada, Poseidon aparece-nos como o deus supremo dos mares, comandando não apenas as ondas, correntes e marés, mas também as tempestades marinhas e costeiras, provocando nascentes e desmoronamentos costeiros com o seu tridente. Embora seu poder pareça ter se estendido às nascentes e lagos, os rios, por sua vez, têm as suas próprias deidades, não obstante o facto de que Poseidon fosse dono da magnífica ilha de Atlântida.

Geralmente, Poseidon usava a água e os terremotos para exercer vingança, mas também podia apresentar um caráter cooperativo. Ele auxiliou bastante os gregos na Guerra de Tróia, mas levou anos se vingando de Odisseu, que havia ferido a cria de um de seus ciclopes.

Poseidon, 550–525 a.C. – peça depositada no Louvre

Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos sacrifícios, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar tempestades, maus ventos e terremotos por capricho. Como Zeus, projetava seu poder e a sua masculinidade sobre as mulheres, tendo muitos filhos homens pois não podia ter filhas mulheres.

Considerando que as inúmeras aventuras amorosas de Poseidon foram todas frutíferas em descendentes, é de notar que, ao contrário dos descendentes de seu irmão Zeus, os filhos do deus dos mares, tal como os de seu irmão Hades, são todos maléficos e de temperamentos violentos. Alguns exemplos: de Teosa nasce o ciclope Polifemo; de Medusa nasce o gigante Crisaor e o cavalo alado, Pégaso; de Amimone nasce Náuplio; com Ifimedia, nascem os irmãos gigantes Oto e Efialtes (os Aloídas), que chegaram mesmo a declarar guerra aos deuses. Por sua vez, os filhos que teve com Halia cometeram tantas atrocidades que o pai teve de os enterrar para evitar-lhes maior castigo.

Casou ainda com Anfitrite, de quem nasceu o seu filho Tritão, o deus dos abismos oceânicos, que ajudou Jasão e os seus argonautas a recuperar o Velocino de ouro.

ZEUS


Zeus (em grego: Ζεύς, transl. Zeús), na mitologia grega, é o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo e deus do céu e do trovão. Seus símbolos são o relâmpago, a águia, o touro e o carvalho. Além de sua herança obviamente indo-europeia, o clássico "amontoador de nuvens", como era conhecido, também tem certos traços iconográficos derivados de culturas do antigo Oriente Médio, como o cetro. Zeus frequentemente era mostrado pelos artistas gregos em uma de duas poses: ereto, inclinando-se para a frente, com um raio em sua mão direita, erguida, ou sentado, em pose majestosa.

Zeus Cronida, tempestuoso, era filho de Cronos e Reia, o mais novo de seus irmãos. Na maioria das tradições ele era casado com Hera - embora, no oráculo de Dodona, sua consorte seja Dione, com quem, de acordo com a Ilíada, teve uma filha, Afrodite. É conhecido por suas aventuras eróticas, que resultaram em muitos descendentes, entre deuses e herois, como Atena, Apolo e Artêmis, Hermes, Perséfone (com Deméter), Dioniso, Perseu, Héracles, Helena, Minos e as Musas (com Mnemósine). Com Hera teria tido Ares, Hebe e Hefesto.

Seu equivalente na mitologia romana era Júpiter, e na mitologia etrusca era Tinia. Já se especulou sobre uma possível ligação com Indra, divindade da mitologia hindu que também tem um raio como arma.

Zeus sempre foi considerado um deus do tempo, com raios, trovões, chuvas e tempestades atribuídas a ele. Mais tarde, ele foi associado à justiça e à lei. Havia muitas estátuas erguidas em honra de Zeus, a mais magnífica era a sua estátua em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Originalmente, os Jogos Olímpicos eram realizados em sua honra.

Durante muito tempo quem governou a Terra foi Urano (o Céu). Até que foi destronado por Cronos, filho de Urano e pai de Zeus. Então Urano profetizou que Cronos também seria destronado por um de seus filhos. Cronos era casado com Réia, e quando seus filhos nasciam ele os devorava. Assim aconteceu com Hera, Hades, Poseidon, Héstia e Demeter. Quando nasceu o sexto filho, Réia decidiu salvá-lo, com a ajuda de Gaia (a Terra) que desgostava Cronos porque ele aprisionou os Hecatônquiros no Tártaro, temendo seu poder, esses gigantes possuíam cem braços e cinquenta cabeças.

Gaia leva Réia para parir secretamente esse filho na Caverna de Dicte (em outras versões foi no Monte Ida) em Creta. Lá Reia dá seu filho que se chama Zeus (tesouro que reluz) aos cuidados de Gaia e das Ninfas da Floresta (em outras versões Zeus fica com os centauros), Zeus cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando ela morreu, ele usou a sua pele para fazer um escudo conhecido por Égide. Logo Réia retorna ao Palácio de Cronos, local onde Reia e seu esposo viviam e enrola em panos uma pedra e começa a fingir um parto, depois dá ao seu marido esse embrulho e ele o engole achando ser o sexto filho. Em outras versões Réia dá um potro a Cronos.

Quando chegou à idade adulta enfrentou o pai. Zeus disfarçou-se de viajante, dando-lhe a Cronos uma bebida que o fez vomitar todos os filhos que tinha devorado, agora adultos. Após libertar os irmãos, iniciou a guerra Titanomaquia. Cronos procurou seus irmãos para enfrentar os rebeldes, que reuniram-se no Olimpo. A guerra duraria 100 anos até que seguindo um conselho de Gaia, Zeus liberta os Hecatônquiros, então os deuses olímpicos venceram e aprisionaram os titãs no Tártaro, em outras versões os aprisionaram embaixo de montanhas. Então partilhou-se o universo, Zeus ficou com o céu e a Terra, Poseidon ficou com os oceanos e Hades ficou com o mundo dos mortos.

CÉRBERO

Na mitologia grega, Cérbero ou Cerberus (em grego, ΚέρβεροςKerberos = "demónio do poço") era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e cobras ao redor do pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem.

Aparições
Os 12 Trabalhos de Hércules

Euristeu, sabendo que Héracles só ficaria mais um ano sob suas ordens, estava desesperado de medo e, para seu décimo segundo trabalho, ordenou-lhe que descesse ao reino de Hades e trouxesse de volta o cão tricéfalo, Cérbero, que guardava as portas do inferno. Isto, tinha certeza, estava acima de suas forças; e o próprio Héracles duvidava que jamais conseguisse realizar essa temerária e perigosa façanha. Ofertou grandes sacrifícios aos deuses, pedindo sua proteção; suas preces foram ouvidas. A deusa Atena, e Hermes, mensageiro dos deuses, apresentaram-se a ele, acompanhando-o até à sombria caverna, pelo túnel longo e escuro que levava às portas do Mundo Subterrâneo. Ao percebê-los, as três cabeças de Cérbero puseram-se a uivar de maneira horrível, o que chamou a atenção de Hades; mas ao ver um deus e uma deusa em companhia de Héracles, perguntou-lhes o que procuravam.

Héracles e Cerbero. Mosaico romano.

- Meu senhor Euristeu ordenou-me de levar à terra o cão tricéfalo Cérbero que guarda esta porta, disse Héracles, e é pela vontade de Zeus, senhor da terra e do céu, que eu lhe obedeço. Deixe-me levar seu cão de guarda para poder cumprir as ordens recebidas. Prometo-lhe que Cérbero nada sofrerá e lhe será restituído, são e salvo.

Hades fechou a carranca e respondeu:

- Se você for capaz de carregar Cérbero nos ombros, sem feri-lo, então poderá levá-lo ao seu senhor Euristeu; mas, prometa trazê-lo de volta, ileso.

Então Héracles aproximou-se de Cérbero e, apesar de suas três enormes bocarras guarnecidas de dentes afiados e cruéis, ergueu o animal aos ombros e subiu pelo caminho que levava da caverna tenebrosa à luz do dia. O caminho era longo, áspero e íngreme, e pesada a sua carga; as três cabeças rosnavam e mordiam, durante todo o trajeto, porém Héracles, concentrando-se no pensamento de próxima libertação, não lhes dava atenção. Afinal chegou a Micenas. Euristeu ficou tão apavorado quando soube que Héracles trazia nos ombros o terrível cão tricéfalo, que se escondeu debaixo da cuba de bronze, mandando-lhe uma mensagem na qual lhe ordenava que se afastasse de Micenas para todo o sempre. Então, de coração leve, dirigiu-se Héracles para a caverna. Desceu pelo longo túnel e depositou Cérbero às portas do Inferno.